domingo, 31 de dezembro de 2023

Dar e receber - If I don't say it now I never will

Vou percebendo ao longos destes anos que há vários tipos de pessoas: 

Quem dá e recebe

Quem dá e não pensa em receber 

Quem só sabe receber (e não pensa em retribuir) 

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Quem me conhece sabe que estou um pouco entre o primeiro e o segundo tipo. Que sou uma pessoa disponível! Sempre pronta a ajudar

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Mas neste mundo louco em que vivemos, começa a custar sentir, por vezes, a falta de sensibilidade de quem recebeu essa disponibilidade, atenção, mensagem e a encara como algo que já faz parte! Que já é normal! 

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Todos nós temos uma vida muito ocupada e há sempre assuntos que se colocam à frente de outros, à frente de um “obrigado”, de um “tenho saudades tuas”, de um “quando nos vemos outra vez?”, de um “feliz aniversário”.

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Nesta altura do Natal todos falam em amor e amizade! Em estar em família!

É de facto uma altura bonita! Mas é curta!

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No outro dia vi uma breve entrevista do José Saramago, onde a sua mulher, Pilar lhe pede para dizer que “todos os anos deviam ser Natal”, ao qual ele responde:

“Mas eu não gosto do Natal, como posso dizer isso?” e depois diz algo assim: “Temos mais 364 dias no ano, deixemos o Natal em paz!”

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Eu adoro o Natal, não me interpretem mal, apenas acho que deveríamos olhar para o Natal como um exemplo a seguir o resto do ano!

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Renovar várias vezes no ano, um “amo-te”, “tenho saudades”, “gosto de ti”, "parabéns", "o que fazes hoje?" aos nossos, à família, amigas e amigos!

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Eu não sei escrever bem, ou então é mais não saber organizar os meus pensamentos na forma escrita! Não nasci com este dom mas gosto de passar para papel de vez em quando.

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E o meu pensamento para este ano de 2024 é o seguinte: “Não se esqueçam do amor, das saudades, da atenção e da gratidão!”

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Deixo-vos com a música que estava a ouvir enquanto tentava colocar em palavras os meus pensamentos:

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“Never Will” da Nicki Wells e o seu mais recente album “Ellipsis”

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https://open.spotify.com/intl-pt/track/4GXIMTYYvi3d3sK7nvcez6?si=bfa1aeca889247e7

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“Well if I don't say it now

I never will, if I don't say it now

I never will, if I don't say it now

I never will"

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E pronto já disse tudo o que pensava…por agora!!

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E fica também um pequeno texto do Carlos Drummond de Andrade, que um amigo meu teve a lembrança de me enviar:


“… Para você, desejo o sonho realizado,

o amor esperado,

a esperança renovada.  …”


Carlos Drummond de Andrade

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Feliz 2024

Eu prometo olhar para o resto do ano da mesma forma como olho para o Natal

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sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

O que foi feito de nós?

Há uns dias sonhei com o que vou escrever hoje!

A música dos Xutos ecoou no meu sonho a noite toda, e só ouvia:

O que foi feito de ti?

O que foi feito de mim?

Eu acrescento, “o que foi feito de nós?”

Nós enquanto sociedade, seres humanos.

Vivemos numa era que me assusta! 

Em que cada vez mais sinto dificuldade em me manter são, em conseguir passar para os meus filhos, os valores que os meus pais me passaram.

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No fim-de-semana passado ao sugerir um passeio até à praia, e ouvir o caminho todo “falta muito?”, “quanto tempo vamos ficar fora de casa?”…. senti que falhei! Falhei como pai! 

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Não consegui como conseguia antes, sair de casa e todos se divertirem! Voltarmos de sorriso nos lábios! Cansados mas muito felizes!!

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Eu sei que é como o Bruno Nogueira diz:

“Os pais fazem o melhor que podem e falham sempre. É essa a principal função dos pais: uma sucessão ininterrupta de tentatival /erro que faz com que educar seja ao mesmo tempo deseducar. Nenhum pai nem nenhuma mãe acerta, porque cada pai e cada mãe faz o melhor que sabe, e o melhor que sabe é criar nos filhos uma personagem que os ajude a passar entre os pingos da chuva e a ter uma vida feliz apesar de tudo. Apesar deles.”

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Eu sei! Falhar quase sempre! E acertar às vezes! 

Mas custa sentir este falhanço! Custa! Dói! Moi! 

Faz-me pensar o que andamos a fazer!

Faz-me ter saudades dos meus tempos de adolescente! 

Ainda há pouco tempo gravei com um podcast com a Ana Best, o “G’Ana's de Conversar” (em breve estará disponível no Spotify e YouTube), e, entre muitas coisas, falei da minha adolescência na incrível cidade de Almada, onde vivi dos melhores momentos da minha vida! Onde éramos livres de tudo! 

Não havia tecnologias! 

Os encontros eram combinados com uma chamada telefónica para o telefone fixo, se eles não atendessem, o encontro podia acontecer na “cabine”, que era uma cabine telefónica na praça central de Almada.

E nunca ficava sozinho! Aparecia sempre alguém! Até sermos muitos! Até Sermos, sempre, felizes!

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Se voltasse atrás no tempo fazia tudo igual! Vírgula por vírgula!!

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Gostava mesmo muito que os meus filhos pudessem viver algo semelhante ao que eu vivi! Bastava um pouco!!

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Eu sei que a nossa geração já foi muito diferente da dos nossos pais, e que se calhar eles também viviam angustiados com a diferença geracional!

Mas penso que as novas gerações, a dos nossos filhos, deram um salto ainda maior!!

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Está muito confuso este texto, tal como o sonho foi!!

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Também estou em tentativa/erro para ser um pseudo-escritor. 

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Por enquanto vou continuar a tentar/errar neste processo de ser Pai! Afinal é só a maior missão das nossas vidas!!

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Também sei que um dia não são dias! E há mais marés que marinheiros!

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Mas as perguntas ficam no ar!!

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O que foi feito de ti?

O que foi feito de mim?

O que foi feito de nós?