quarta-feira, 23 de julho de 2014

A Mala (Sport Billy) do Século XXI

Todos sabem a admiração que tenho pelas minhas mulheres! Pela minha mulher, a minha mãe, irmã, avós, tias, primas e amigas! Não é novidade para quem lê estes textos semanalmente! Afinal de contas estou aqui como homem, como (supa)pai a escrever sobre as mulheres, para as mulheres!!

 

O que também me admira são as malas das mulheres! Essas malas “Sport Billy versão Século XXI”.

 

Para quem não conheceu os desenhos animados do Sport Billy, era um herói que viajava no tempo com uma mala, onde basicamente tinha tudo o que necessitava para salvar o planeta do mal.

Podem ver um pequeno excerto neste link: 

https://www.youtube.com/watch?v=fAwTUXENFj0

 

Não se trata de uma analogia perfeita mas acredito que o que elas têm lá dentro dá para salvar o dia e muitas vezes uma situação mais complicada.... um baton, um espelho e o verniz das unhas antes de entrar numa reunião importante. Não esquecendo a caixa com todo o material de maquilhagem em formato miniatura.

 

Toalhetes e fralhas de bebé, para quem já em mãe, uma chucha perdida no fundo para os momentos de crise quando o bebé “decide fazer desaparecer” literalmente o objecto que lhe traz tranquilidade – não é por acaso que os americanos lhe chamam de “pacifier” (pacificador) – e a nós nos dá mais alguns segundos de descanso...

 

Algumas vezes ficamos irritados com a quantidade de coisas que transportam e com a dificuldade que temos em encontrar o que quer que seja dentro daquele mundo! A mulher chega e encontra na hora o que pretende com se tivesse olhos nas pontas dos dedos.

 

Se repararmos na rua, ao vermos uma mulher sem mala sentimos que falta qualquer coisa, parece que vai despida, pelo menos eu sinto isso...

 

E acho que é genético do feminino. A minha filhota de 20 meses adora andar pela casa de mala no braço transportando a sua “pacifier”, a “pê” como ela lhe chama.

 

E como não quero que a minha mulher se sinta despida, um dia levei a minha mulher de olhos vendados a uma loja onde se vendia a mala dos sonhos dela, tirei a venda e disse-lhe que podia escolher a mala que quisesse! Porque é mulher, porque gosta de malas e porque merece ver os seus sonhos tornados realidade, mesmo que em formato de mala.....

 

Não não era a mala do Sport Billy mas que cabe muita coisa lá dentro, lá isso cabe....Às vezes uma “vida” inteira!


Lisboa, 23 de Julho de 2014

 


quinta-feira, 17 de julho de 2014

A PERDA DE UM FILHO - QUANDO O SONHO DE UMA VIDA SE TRANSFORMA NUM PESADELO ETERNO.

Olá Judite,

 

Falo no nome da Judite de Sousa, porque é conhecida, porque é mãe, porque que perdeu o seu filho. Mas acima de tudo falo para todas as mães que perderam, choram e gritam a perda de um filho/filha, a perda de um sonho de uma vida.

 

Deixei passar uns dias numa semana em que se falou da enorme perda que a nossa Judite Sousa teve na vida. É nossa porque há anos que entra nas nossas casas, trazendo noticias que nos fazem rir, e provavelmente até já tenha noticiado sobre uma mãe que perdeu o seu filho, algo que infelizmente acontece com frequência e pelas mais infelizes e variadas razões.

 

Deixei passar para poder reflectir sobre este drama que, é sem dúvida a maior provação de que uma mãe ou pai pode ter na vida....Porque li algures que se estava a dar demasiada importância à Judite e não aos outros casos de mães….

Temos de tentar ver o que esta tragédia nos pode trazer…

 

E uns dias mais tarde assisti a uma reportagem sobre 3 mães que para sobreviver, sim porque nesta situação quase não vivemos, sobrevivemos, ajudam outras mães, quase como uma catarse maternal.

 

Perder um filho é contra tudo o que a vida pode trazer. Nunca estamos preparados para os ver partir…

 

Para mim que sou pai, e para todos os pais e mães os nossos filhos são IMORTAIS!! Queremos partir antes deles! Queremos ver a sua vida ser construída dia a dia, semana a semana, ano após ano, por muitos anos!!

 

O que fazer então?

Um pai uma mãe não quer que o filho seja esquecido. Será esta melhor forma de atenuar a dor?

 

Mães!

Chorem, gritem!! Não deixem a memória dos vossos filhos desaparecer no meio da tristeza! Pensem nos momentos bons! Tentem sorrir! Não desistam de tentar sorrir.

O resto da vida está e estará sempre ao virar da esquina mesmo nesta crueldade de perder alguém que quisemos dar uma vida, um sonho de uma vida! E é necessário (sobre)viver com a maior felicidade possível.

 

Ainda jovem, assisti de perto à perda de um filho querido. A minha avó perdeu um dos seus queridos filhos. Recordo a serenidade com que enfrentou a longa batalha contra a doença e os anos seguintes que não foram fáceis, nunca são! Mas colhi a lição que espero nunca a ter de usar!!

 

Alguém disse um dia “porque nestes momentos nos faltam palavras, são as palavras a única coisa que nos resta....”

 

E é com estas palavras que vos deixo.


Lisboa, 17 de Julho de 2014

quarta-feira, 16 de julho de 2014

"Um pai pode mandar piropos"

Esta crónica é sobre os pais mas fala sobre mulheres e é para as mulheres. E é sobre mulheres que vou falar...

 

A Primavera e o Verão são as estações preferidas da mulher. Da “Mulher-Flor” como eu lhe chamo. A analogia é fácil de entender!

 

Tal como as flores que desabrocham quando o calor começa a aquecer o nosso lindo país, as mulheres mostram-se ainda mais deslumbrantes nesta época estival, como se tivessem guardado religiosamente durante o inverno, o glamour, a sensualidade e a beleza que as caracteriza.

 

E com esta época chegam os piropos mesmo que silenciosos e que sabem bem dizer e acredito que saiba bem ouvir!!

Ainda me lembro de ouvir o meu no carro (sem a mãe por perto claro!!) "olha aquele borracho!!" No momento em que passava um linda mulher na passadeira. 

 

A mulher portuguesa normalmente não responde a piropos e por vezes até olha com desdém a quem o faz. Há que perceber que muitas vezes são piropos ordinários e mal educados.

 

Então e o piropo giro, divertido? Confesso que nunca fui de piropos e não sei assim um giro que possa dizer aqui mas acredito que os há. Os meus sempre foram silenciosos ou em formato comentário ou “cotovelada” no amigo que estava por perto! 

 

E as portuguesas são de facto mulheres bonitas!! E gostam de ouvir um piropo! Não há mulher que resista! 

 

 Pensam assim “Valeu a pena aqueles minutos todos em frente ao espelho hoje de manhã” ou “Tantos kms percorridos a fazer “running” (que agora está na moda) compensaram!” E sentem-se felizes!

 

Na moda está igualmente a frase “Há uma linha que separa…” E aqui afirmo, “Há uma linha que separa o piropo do elogio!”

 

Ambos aumentam a auto-estima e alimentam o ego.

 

Elogiar a mulher que se ama é quase como um piropo intímo não?

 

Elogio (quase) todos os dias a minha mulher! Porque é linda, porque é bonita! Mas acima de tudo porque merece um elogio, um carinho e o meu amor que muitas vezes são mais que suficientes para ultrapassar uma fase ou um dia mais dificil.

 

Nós homens, não nos podemos esquecer de elogiar ou mesmo de mandar um piropo mesmo que silencioso. 

 

Agora pergunto! Acham que deviam responder a um elogio? Porque não? Um sorriso basta! E para quem elogia faz valer o dia!

 

E pergunto também?

 

Um pai pode mandar piropos? Claro que pode! Mas sem a mãe por perto! ;)


Lisboa, 16 de Julho de 2014

quarta-feira, 2 de julho de 2014

A Mãe (solteira), A MULHER!

Cresci no seio de uma família completa. E quando digo completa é porque sou a favor de uma família com mãe, pai e se possível irmãos e irmãs... Não me levem a mal os pais com apenas um filho, daí dizer “se possível”.

 

Até há uns anos atrás achava que uma família monoparental não era bom para o crescimento saudável da(s) criança(s). Enganei-me e assisti que muitas vezes o melhor (pelas piores razões) é mesmo ser assim.

 

Até que conheci um caso maravilhoso de uma amiga minha de há muitos anos a esta parte, a Catarina Beato que criou e cria sozinha dois filho. Viveu momentos dificeis, a gravidez, o desemprego, a perda do pai que tanto amava, mas sobreviveu! E acima de tudo viveu e vive a vida feliz com dois rapazes fantásticos!

 

É mãe solteira não por opção mas porque a vida é mesmo assim… e como ela diz e bem: “…se há missão que considero verdadeiramente difícil nesta vida [e para a qual não me sinto suficientemente corajosa] é a de manter uma relação amorosa saudável e feliz com coabitação e filhos. é preciso muita coragem trabalhar uma relação [porque as relações felizes também são um trabalho a tempo inteiro]…” – in “Dias de uma PRINCESA” - http://diasdeumaprincesa.clix.pt/2012/04/sobre-nao-coragem.html

 

….A mãe solteira ou casada, a MULHER! 

 

Elas são a base de sustentação de uma família saudável.

 

Pensam em tudo! E quando digo tudo é mesmo tudo! 

 

A decoração da casa (vivi solteiro uns anos numa casa e nunca pensei em decorar devidamente as divisões…serviços mínimos chegava para mim: cama, tv, música e livros….) o que fazer para o almoço, lance, jantar, as férias, a educação dos filhos, a missão de manter uma relação amorosa saudável e feliz. 

 

A minha avó dizia que por vezes se zangava de propósito com o meu avó para depois fazerem as pazes e sentirem que a vida a dois vale a pena! E resultava! E resultou!

 

Não quero de todo retirar da equação o homem, porque sem nós, naturalmente, esta equação não tem resultado….Tirando claro as muitas situações como a que referi anteriormente, em que essa equação funciona!!

 

Mas aqui venho falar das mulheres! Essa força da natureza, capaz de aguentar 9 meses de gravidez, o parto, o pós-parto, a relação com o seu amado, a relação com o seu amado e os filhos no meio, as birras, as birras do marido, a casa, o trabalho, a educação….

 

Ufa!! Como é que conseguem? Como é que a minha mulher consegue?

 

Ainda bem que consegue! Ainda bem que conseguimos e somos felizes! E é assim que uma família deve ser sustentada! Com base na luta diária pela felicidade!

 

A minha família é um desses casos! E o da Catarina Beato é igualmente e felizmente outro desses casos. 

 

Se assim for que sejamos igualmente e felizmente felizes!