Olá Judite,
Falo no nome da Judite de Sousa, porque é conhecida, porque é mãe, porque que perdeu o seu filho. Mas acima de tudo falo para todas as mães que perderam, choram e gritam a perda de um filho/filha, a perda de um sonho de uma vida.
Deixei passar uns dias numa semana em que se falou da enorme perda que a nossa Judite Sousa teve na vida. É nossa porque há anos que entra nas nossas casas, trazendo noticias que nos fazem rir, e provavelmente até já tenha noticiado sobre uma mãe que perdeu o seu filho, algo que infelizmente acontece com frequência e pelas mais infelizes e variadas razões.
Deixei passar para poder reflectir sobre este drama que, é sem dúvida a maior provação de que uma mãe ou pai pode ter na vida....Porque li algures que se estava a dar demasiada importância à Judite e não aos outros casos de mães….
Temos de tentar ver o que esta tragédia nos pode trazer…
E uns dias mais tarde assisti a uma reportagem sobre 3 mães que para sobreviver, sim porque nesta situação quase não vivemos, sobrevivemos, ajudam outras mães, quase como uma catarse maternal.
Perder um filho é contra tudo o que a vida pode trazer. Nunca estamos preparados para os ver partir…
Para mim que sou pai, e para todos os pais e mães os nossos filhos são IMORTAIS!! Queremos partir antes deles! Queremos ver a sua vida ser construída dia a dia, semana a semana, ano após ano, por muitos anos!!
O que fazer então?
Um pai uma mãe não quer que o filho seja esquecido. Será esta melhor forma de atenuar a dor?
Mães!
Chorem, gritem!! Não deixem a memória dos vossos filhos desaparecer no meio da tristeza! Pensem nos momentos bons! Tentem sorrir! Não desistam de tentar sorrir.
O resto da vida está e estará sempre ao virar da esquina mesmo nesta crueldade de perder alguém que quisemos dar uma vida, um sonho de uma vida! E é necessário (sobre)viver com a maior felicidade possível.
Ainda jovem, assisti de perto à perda de um filho querido. A minha avó perdeu um dos seus queridos filhos. Recordo a serenidade com que enfrentou a longa batalha contra a doença e os anos seguintes que não foram fáceis, nunca são! Mas colhi a lição que espero nunca a ter de usar!!
Alguém disse um dia “porque nestes momentos nos faltam palavras, são as palavras a única coisa que nos resta....”
E é com estas palavras que vos deixo.
Lisboa, 17 de Julho de 2014
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